Atividades

 

Reunião de Acolhida

Reunião mensal onde temas inerentes ao laço com a Escola da Coisa Freudiana são debatidos. Essa proposta pretende colocar a trabalho questões que implicam a Entrada nesta Escola, possibilitando a extração de conceitos próprios à psicanálise. Considerando o tempo de cada um nesse processo, a Comissão de Acolhida recebe tanto as pessoas que desejam iniciar um trabalho com a Escola quanto aquelas que já fazem parte dela.

Conexão

Essa atividade, aberta à comunidade, propõe um diálogo com outros campos do saber, buscando situar e fundamentar importantes referências do texto lacaniano.

– Conexão com a Filosofia
O idealismo alemão e o racionalismo de Freud

– Conexão com a Matemática
O Professor Rogério Lopes Linhares fará pontuações acerca de conceitos fundamentais da Matemática e Juan Carlos Montero fará a conexão com conceitos da Psicanálise em Lacan.

Seminário de Cartéis

O cartel, considerado como órgão de base – um dispositivo que produz a Escola em seu interior – tem nessa atividade a oportunidade de fazer o debate conceitual a partir do curso de suas elaborações. O Seminário estará aberto a todos que dele queiram participar e acompanhar a discussão (cartelandos ou não), apostando na semeadura e cultivo de um debate formal e formativo, recolhido da produção em andamento dos cartéis.

Seminário Clínico

O Cartel do Passe sustenta essa atividade dirigida aos cartelandos, que pretende interrogar o analista para que dê razões de seu ato. Com isso, visa fundar uma verdadeira comunidade de experiência, assim como almejava Lacan.

Cartel de fundamentos do passe: o método analítico de Freud

“De uma cultura do passe… a uma analítica do passe”.

Com estas palavras resumiremos de bom grado o objetivo deste seminário. Proposto como uma atividade aberta ao público aspira a introduzir um giro no discurso: fazer passar algo que está na boca de todos para algo que se faz carne na carne. Isso implica uma analítica. De certo: freudiana. Pois… como poderia uma questão encarnar-se se não é a partir de Freud e sua elaboração do sujeito?

No mais vale lembrar: o passe é uma experiência da qual se espera que projete alguma luz sobre o fim de uma análise. Daí que também seja lícito esperar que projete alguma luz sobre a entrada em análise. Até porque para haver um fim deve ter havido um começo. Mas aí cabe a pergunta: será que toda entrada e, por extensão, toda demanda de tratamento equivale a uma entrada em análise? Temos sérias dúvidas. De um lado porque a tendência do paciente é de nada querer saber disso; é um traço de estrutura. Do outro porque não há como não entrar em dúvida quando ouvimos tudo o que se diz quando se diz o que se entende por psicanálise. São tantas e tão variadas as práticas que garantem ser de inspiração freudiana que o difícil é não invocar um retorno a Freud…

Por tudo isso e em nome dos fundamentos: o método analítico de Freud.

Só que –após ter dito isso- importa notar que a palavra “método” contém a palavra “meta”. Equivale a dizer que se não houver método a meta fica a mercê da contingência. Entregue ao acaso. Isso faz da cura um resultado incerto. Na melhor das hipóteses, um acidente. Por isso diremos que o laço que liga o método de Freud a esse fim que designamos com o nome de cura analítica, só pode ser apreendido como um nexo tal que: um não vai sem o outro.

Por fim, diz a prudência que vale a pena encarar mais um desafio e enfrentar uma inquietante pergunta: quais as chances de um método –o método de Freud- em meio a um tempo como o nosso que se define pela proclamação dos ‘direitos’ (os direitos do homem, os direitos do eu, os direitos da pessoa) quando é sabido que os tais direitos se resumem aos direitos do narcisismo, (direito ao gozo e ao disfrute auto erótico) e que dita reivindicação equivale, por sua vez, a um repúdio do inconsciente?

É fácil ver: as chances são poucas. Tanto que talvez seja o caso de falar das razões de um fracasso. Contudo, não é que o fracasso – esse fracasso que emerge como ato falho- é o signo de um sucesso do inconsciente? Por sinal, de um sucesso cujo mérito reside em saber chegar ao destinatário –tal qual a carta roubada- apesar dos muitos desvios e inúmeros percalços…

Tal a razão de uma esperança. O sopro que anima a retomada de um retorno.

Antonio Godino Cabas

Por Cartel de fundamentos do passe

Seminário a cargo de: Zaira Belan, Silvina Pérez, Gilberto de Araújo, Antonio Godino Cabas, Wilson Siqueira de Azambuja.