Publicações

Linha Editorial: a política da Escola no ato de publicar

 

 

A política da Escola da Coisa Freudiana se funda na falta do significante do analista, o que implica uma direção, em que o saber ao qual se dá lugar é aquele que advém do trabalho analisante.

A partir desta direção, cabe à Secretaria de Publicação desta Escola selecionar e julgar, pautada na ética analisante, os escritos a serem publicados. O acento está no escrito que, enodando saber e verdade, sem a aspiração de dizê-la toda, suporte o furo no saber.

Entende-se que este escrito se faz no decorrer de uma análise, são os rastros do dizer que se decantam do trabalho analisante. Fruto do que se pôde ler daquilo que se escreve pelo inconsciente. Esforço de formalização que faz parte da formação. Mas isso não basta, é preciso trazê-lo para o debate entre os pares e assim verificar em que medida um escrito se aproxima do conceito.

E se uma Escola existe como lugar para a formação permanente, qual a função do publicar seus escritos?

Lacan fala da função de hieróglifo que um texto pode ter, e assim resistir ao tempo.  A perenidade de uma publicação importa em uma Escola que sabe que a formação não permanece. Podemos supor no hieróglifo a existência de um saber, mas que para lê-lo, acessá-lo, exige que o leitor ponha algo de si a fim de decifrá-lo. Aí publicar pode sustentar a direção, na medida em que o próprio escrito faz ex-sistir o discurso psicanalítico, presentificando a psicanálise no mundo.

Tudo dependerá dos leitores que estão por vir.

Cadernos 0

Cadernos Numero 0, intitulado Da Fundação, abre a série Cadernos da Escola da Coisa Freudiana e publica os textos fundacionais – Intensão, Extensão e Antecedentes – em que se declaram a função e direção dessa Escola, seus princípios e fundamentos, regidos pelo dever ético próprio à Psicanálise.

Cadernos 1

Cadernos 1 publica o I Congresso da Escola da Coisa Freudiana – A psicanálise hoje – Scilicet, em três capítulos: Epistêmico: contribuições de campos do saber que podem interrogar a Psicanálise. Discursivo: concepção da cura analítica e suas incidências clínicas. Doutrinário: elaborações sobre a pergunta que funda e anima a Escola: “o que faz uma Psicanálise?”

Cadernos 2

Cadernos 2 publica os escritos do II Congresso da Escola da Coisa Freudiana, cujo tema é a Ética Analisante. Ética essa que abriga uma função e denota uma posição de trabalho no interior do laço analítico, determinando as vicissitudes do percurso da cura. O volume é organizado em três partes: Filosofia e Ciência – capítulo epistêmico dedicado às relações entre filosofia, ciência e psicanálise. Do Curso da Análise: A demanda; efeitos terapêuticos; entrada em análise; avatares; desfecho e efeitos da cura. Do Passe: Como e por que pode alguém desejar o passe?

Cadernos 3

Cadernos 3 toma como propósito precisar a noção de sujeito tal como concebida no percurso da obra de Lacan e colocá-la em debate desde seus fundamentos no discurso analítico, como uma função que vem a constituir-se efeito de trabalho na direção de cura. Resgata e publica o acervo das elaborações sobre a temática do sujeito, que inspirou suas atividades na Extensão da Escola da Coisa Freudiana no período de 2004 a 2009. O reencontro proposto aos autores, feito releitura, pretendeu que não se tratasse de mero resgate histórico, uma retranscrição à letra, mas sim, da realização de um saber novo, uma formalização, desdobrada numa estrutura quaternária: A Escola e o Escrito; Conexão com a Medicina e a Filosofia; Percurso de uma análise; e In Memoriam – No só depois…

Cadernos 4

Cadernos 4 é a edição do III Congresso da Escola da Coisa Freudiana , em setembro de 2013 denominado Por uma comunidade de experiência: o que faz escola? A temática é uma pergunta e o que se segue nos trabalhos publicados é a resposta de como cada autor registra no escrito sua relação à escola em seu tempo de elaboração. “comunidade de experiência” implica a mesma complexidade e paradoxo contidos na concepção de escola em psicanálise. Trata-se de uma expressão de Lacan: “pois a escola não o é apenas no sentido de distribuir um ensino, mas de instaurar entre seus membros uma comunidade de experiência cujo cerne é dado pela experiência dos praticantes”.

Cadernos 5

Cadernos 5, Acerca da autorização traz a público o percurso das elaborações realizadas pela Escola em torno da questão da autorização e do passe. Apresenta os trabalhos do Cartel do Passe e do Cartel dos Fundamentos do Passe, bem como as reflexões da convidada Dominique Fingermann sobre a experiência do passe. Destacamos que “foi do trabalho analisante de Freud, que nasceu a autorização que o levou a ocupar o lugar de analista e fundar a psicanálise” (Juan Carlos Monteiro, 2008).

Cadernos 6

"Ainda que Marx não tenha feito uma análise, os autores operam como passadores. Demonstra-se com precisão que, ao tratar da ideologia, ele persegue sua própria questão, tendo como efeito uma mudança subjetiva: despe-se da ideologia que o atravessava e desfaz-se de um ideal em si mesmo". (Secretaria de Publicação)